reflexão contundente sobre as pautas de proteção à criança e ao adolescente no Brasil

 



A gravação do canal "Paralelo News", que apresenta trechos do discurso do Deputado Nikolas Ferreira na Câmara dos Deputados, oferece uma reflexão contundente sobre as pautas de proteção à criança e ao adolescente no Brasil, bem como as motivações políticas percebidas por trás de certos debates. O deputado Nikolas Ferreira, em sua fala, acusa a esquerda de diversas ações e omissões que, segundo ele, comprometem a efetiva proteção da infância e da adolescência, enquanto utilizam a pauta para outros fins.

Um dos pontos centrais da denúncia de Ferreira é a alegação de que a esquerda votou "contra todos os aumentos de pena e medidas contra pedófilos" no Congresso, incluindo a castração química e a criação de um cadastro nacional de pedófilos e predadores sexuais. Ele questiona as ações do Partido dos Trabalhadores (PT) em 18 anos de governo no executivo em relação a esses crimes, propondo inclusive prisão perpétua para crimes contra crianças para ver quem seria favorável. O deputado ainda menciona que projetos anteriores, como o de castração química, foram arquivados em gestões petistas, como a de Marco Maia em 2011. Há também a denúncia de que Lula vetou um projeto para o cadastro de pedófilos e até hoje não o implementou.

A crítica se estende à postura da esquerda em relação a eventos e denúncias específicas. O deputado aponta que a esquerda "fez chacota" e "promoveu o cancelamento" do filme "Som da Liberdade", que aborda o tráfico sexual de crianças. Ele também afirma que a esquerda "debochou" das denúncias sobre a Ilha do Marajó e não assinou a CPI que investigava a pedofilia na região, apesar de se posicionar como protetora da infância. Nikolas Ferreira, que visitou a Ilha do Marajó, descreve a precariedade local e a "cultura enraizada" de abuso contra crianças.

Para Nikolas Ferreira, a esquerda se aproveita da "sensatez e popularidade" de casos em voga, como o vídeo do influenciador Felca, para promover sua verdadeira agenda. O principal objetivo, segundo ele, é a regulamentação das redes sociais. Ele argumenta que essa regulamentação não visa combater efetivamente a pedofilia ou a "adultização" de crianças, mas sim "censurar as redes sociais" e controlar a narrativa, especialmente visando eleições futuras, já que a direita teria maior força e voz nesses ambientes. Rui Costa, Ministro da Casa Civil, teria anunciado a intenção de enviar um projeto de lei para regulamentar as redes no mesmo dia em que o tema ganhou destaque.

O deputado também aborda a questão da "adultização" de crianças, questionando a falta de revolta da esquerda com a presença de crianças em paradas LGBT com músicas sexualizadas ou em clipes de funk com conteúdo de "baixo calão". Ele menciona um caso específico de uma apresentação em escola municipal no Rio de Janeiro com a música "Cavalão Cavaladão Tarado".

Outro ponto de atrito é a Lei de Alienação Parental. Nikolas Ferreira afirma que há um "lobby feminista" pela revogação total dessa lei, o que ele considera "canalice" e uma tentativa de rotular quem defende um debate sério sobre a lei como "pedófilo". Ele defende que a lei precisa de aprimoramento, mas não deve ser revogada, buscando "a melhor solução para as crianças", e não para interesses específicos.

O discurso de Nikolas Ferreira, e a análise que o acompanha no vídeo, sugere que a esquerda busca "burritizar" os jovens e adolescentes. É mencionada uma fala atribuída a Lula, segundo a qual, quando o cidadão "começa a ganhar mais de R$ 5.000 e quando tem formação superior", "para de votar no PT", o que levaria a um plano de atrasar a infância e adolescência para perpetuar-se no poder. A baixa taxa de investimento em bolsa de valores no Brasil, em comparação com Europa e Estados Unidos, é apresentada como evidência dessa "mentalidade do povo que foi burritizada justamente por esse petismo".

Em contrapartida, Nikolas Ferreira se posiciona como defensor da infância, tendo apresentado um projeto que criminaliza a produção, reprodução e divulgação de conteúdo digital que sexualize ou adultize crianças e adolescentes, com penas de 4 a 8 anos e aumento em caso de parentesco ou vantagem econômica. Ele reitera que "ninguém aqui é favorável a pedófilo" e que o combate à pedofilia e a proteção da infância sempre foi uma pauta da direita. O deputado defende que a luta contra a pedofilia não deve ser usada como "palanque político" para censurar a internet, mas sim como uma oportunidade para um debate sério e propositivo.

Em essência, o vídeo expõe uma visão polarizada da política brasileira, onde a pauta da proteção à criança é apresentada como um campo de batalha ideológico e um pretexto para agendas maiores, como o controle das redes sociais, percebido como um movimento para garantir o poder político. A reflexão incitada é sobre a necessidade de discernir as reais intenções por trás das propostas políticas e a seriedade do compromisso com a proteção das crianças, diante de acusações de hipocrisia e oportunismo.


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