Câncer Colorretal: Sinais de Alerta, Prevenção e a Importância da Conscientização
O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, é uma preocupação de saúde global, sendo o terceiro tipo de câncer mais comum e o segundo que mais causa mortes, responsável por aproximadamente 10% dos óbitos por câncer, segundo o INCA. Compreender seus sinais, fatores de risco e métodos de prevenção e rastreamento é crucial para a detecção precoce e um tratamento bem-sucedido.
O vídeo aborda o tema em duas partes essenciais: os sinais e sintomas que podem indicar algo errado com o intestino e as medidas preventivas que podem reduzir significativamente o risco da doença.
Sinais e Sintomas de Alerta que Ninguém Deve Ignorar
É fundamental estar atento ao próprio corpo e conhecer os hábitos intestinais, pois 65% das pessoas com câncer de intestino apresentam alterações no movimento intestinal. Os sete sinais de alerta destacados são:
- Mudanças nos hábitos intestinais: Alterações persistentes na frequência ou consistência das fezes, como diarreia prolongada seguida de constipação, que não se relacionam com mudanças na dieta ou infecções.
- Sangue nas fezes: Desde pequenas quantidades visíveis no vaso sanitário ou papel higiênico, até fezes escuras e com cheiro fétido (melena), que indicam sangramento em partes mais altas do cólon. É vital investigar qualquer sangramento nas fezes, pois pode ser causado por úlceras no tumor, rompimento de vasos sanguíneos ou feridas.
- Dor abdominal: Cólicas intensas, dores que aparecem e desaparecem, ou dor ao evacuar, especialmente se persistentes e sem causa aparente.
- Fadiga e cansaço inexplicável: Um cansaço prolongado, que dura semanas ou meses, pode ser um sintoma de anemia oculta causada por sangramentos lentos do tumor. As células cancerígenas consomem muita energia e nutrientes, contribuindo para a exaustão crônica.
- Estufamento abdominal: Inchaço incomum ou frequente, que pode ser resultado da obstrução parcial ou completa do intestino pelo tumor, levando ao acúmulo de gases e fezes.
- Perda de peso inexplicável: Uma perda de peso significativa (por exemplo, 5-7 kg) sem alterações na dieta, nível de atividade física ou estado emocional. Tumores podem afetar a absorção de nutrientes, produzir substâncias que tiram o apetite e aumentar o gasto energético do corpo.
- Tenesmo (sensação de esvaziamento incompleto): A sensação persistente de que o intestino não esvaziou completamente, mesmo após uma evacuação, ou a necessidade de voltar ao banheiro logo depois. Isso pode ocorrer porque o tumor ocupa espaço, dando a impressão de que há fezes retidas. Em alguns casos, as fezes podem se apresentar mais finas e em formato de fita devido à passagem pelo tumor.
É importante ressaltar que muitas pessoas com câncer de cólon não apresentam sintomas nos estágios iniciais da doença.
Fatores de Risco e Estratégias de Prevenção
O câncer colorretal frequentemente se desenvolve a partir de pólipos intestinais, que são crescimentos na mucosa do intestino. Embora a maioria dos pólipos não seja cancerosa, alguns podem se transformar em câncer ao longo de cerca de 10 anos se não forem detectados e removidos.
O aumento da incidência de câncer colorretal em pessoas mais jovens (menos de 50 anos) é uma tendência preocupante, que tem levado à redução da idade recomendada para o início das colonoscopias para 45 anos em pessoas com risco intermediário. Esse aumento está associado a mudanças no estilo de vida, como o consumo excessivo de alimentos industrializados, dietas pobres em fibras, sedentarismo, sobrepeso e obesidade, além do consumo precoce de álcool e fumo.
Fatores de risco não modificáveis incluem:
- Idade: O risco aumenta significativamente com o envelhecimento.
- Doenças inflamatórias intestinais: Como Doença de Crohn ou retocolite ulcerativa.
- Síndromes genéticas: Como a Síndrome de Lynch ou a polipose adenomatosa familiar.
- Histórico familiar: Parentes próximos com câncer de intestino.
- Altura: Pessoas mais altas podem ter um risco ligeiramente maior.
No entanto, há muitos fatores de risco modificáveis que dependem das nossas escolhas diárias:
- Cigarro e álcool: Ambos aumentam o risco de vários tipos de câncer, incluindo o colorretal.
- Sedentarismo e obesidade: A falta de atividade física e o excesso de peso são fatores significativos.
- Dieta: Uma alimentação pobre em frutas, verduras e fibras, rica em alimentos ultraprocessados, carnes processadas (salaminhos, presuntos, salsichas) e excesso de carnes vermelhas e gorduras saturadas, contribui para o risco.
Para proteger-se contra o câncer de intestino, o vídeo apresenta sete dicas importantes:
- Hidrate-se bem: Beber bastante água ajuda o intestino a funcionar melhor e reduz o tempo de contato das fezes e toxinas com a mucosa do cólon.
- Consuma fibras e antioxidantes: Ingira muitas frutas e verduras. As fibras aceleram o trânsito intestinal e melhoram a flora intestinal. Reduza o consumo excessivo de carnes vermelhas e, principalmente, evite carnes processadas.
- Use temperos anti-inflamatórios: Inclua cúrcuma e canela na sua dieta, que possuem propriedades anti-inflamatórias naturais.
- Consuma leite e derivados: Pesquisas robustas indicam que leite, iogurte, coalhada e queijo podem proteger contra o câncer de intestino, desmistificando a ideia de que o leite é inflamatório (exceto para intolerantes ou alérgicos).
- Pratique atividades físicas: Exercícios regulares melhoram o funcionamento intestinal, regulam hormônios, reduzem a inflamação, ajudam a manter um peso saudável e diminuem o estresse.
- Evite álcool e fumo: A abstinência dessas substâncias é crucial para a prevenção.
- Faça seu check-up (a mais importante): Realize exames de rastreamento. No mínimo, o exame de sangue oculto nas fezes pode detectar resquícios de sangue não visíveis a olho nu. Para pessoas com mais de 45 anos e risco intermediário, a colonoscopia é altamente recomendada.
A colonoscopia é um exame essencial porque permite não apenas detectar, mas também remover pólipos antes que se transformem em câncer. É um procedimento seguro (com sedação), que dura de 30 a 60 minutos, no qual um tubo flexível com câmera avalia o reto e o cólon. Se pólipos forem encontrados, são removidos e enviados para análise.
A detecção precoce do câncer colorretal é um divisor de águas: em estágios iniciais, a doença é 90% curável. Países com altos índices de câncer colorretal conseguiram reduzir significativamente esses números através de programas de rastreamento, salvando milhares de vidas. O custo-benefício da colonoscopia é altíssimo, pois evita o sofrimento e os custos elevados de tratamentos como quimioterapia e radioterapia.
Conclusão
O vídeo não busca assustar, mas sim conscientizar sobre a importância de cuidar da saúde intestinal e adotar medidas preventivas. A informação é uma ferramenta poderosa. Conhecer os sinais de alerta, modificar os fatores de risco controláveis e, acima de tudo, realizar o rastreamento adequado, especialmente a colonoscopia, são passos cruciais para uma vida longa e saudável. É um investimento na própria saúde que pode literalmente salvar vidas.