Monark no Inteligência Ltda.: Reflexões sobre Exílio, Woke e a Luta pela Liberdade de Expressão
Em uma conversa franca e detalhada no podcast "Inteligência Ltda." com Rogério Vilela, o podcaster Monark, recém-chegado ao Brasil após um período nos Estados Unidos, abriu o jogo sobre sua experiência de "exílio" forçado, a perseguição que sofreu e seus planos futuros. A sabatina, que contou com a participação de convidados como Artur do Val, Engenheiro Léo, Madá e Rubão, abordou temas que vão desde a cultura woke até teorias de controle global.
Exílio, Perseguição e a Vida nos EUA
Monark explicou que deixou o Brasil em um momento de intensa perseguição, após o governo se indispor com o que ele havia dito em seus podcasts. Ele se considerou um "exilado" e foi para os Estados Unidos, buscando produzir conteúdo de lá, longe das preocupações com o judiciário brasileiro.
Ele revelou que o processo de cancelamento foi muito coordenado e resultou em grandes prejuízos financeiros e psicológicos. Monark relatou ter tido $300.000 bloqueados do NuBank, valor destinado a cobrir uma multa imposta por Alexandre de Moraes, pois ele continuou fazendo podcast mesmo após ter sido ordenado a parar. Além disso, ele foi condenado em primeira instância a um ano e dez meses de prisão em um processo movido por Flávio Dino, após Monark o ter chamado de "gordo".
Nos EUA, ele se estabeleceu em Orlando e depois em Austin, no Texas – uma cidade que ele notou ser mais democrata em comparação com o resto do estado conservador. Apesar de o país ser organizado e as coisas funcionarem, ele não se adaptou à cultura e sentiu-se solitário e entediado, percebendo que os americanos são mais frios. A comunidade de criadores de conteúdo o tratou como "radioativo," impedindo-o de manter uma operação de podcast por falta de convidados e banimentos contínuos de canais.
A ideia inicial era ver o que o país tinha a oferecer; no entanto, Monark concluiu que não havia nada para ele lá, e a experiência serviu como um "sabático forçado".
A Cultura Woke e a Censura Global
Uma das principais discussões ideológicas girou em torno da cultura woke, que Monark e os convidados consideram destrutiva. Monark opina que a cultura woke destrói "qualquer coisa que ela toca," sendo uma contracultura que visa transformar a lógica e o padrão em algo negativo, buscando inverter papéis e promover a inclusão social de forma prejudicial. Ele sentiu a "energia woke" forte na população jovem de Austin.
O Engenheiro Léo questionou se essa cultura estragaria a indústria de games da mesma forma que está afetando o cinema, citando o exemplo de filmes como Peter Pan e Branca de Neve, e a especulação de que GTA 6 seria "woke". Monark concordou que o próximo GTA provavelmente terá muita cultura woke e que, talvez, a história não seja tão boa quanto a do GTA V.
Sobre a censura, Monark defende a liberdade de expressão irrestrita. Respondendo a Pedro Dória, que argumentou sobre a necessidade de limites em uma democracia, Monark rebateu que a liberdade de expressão deve proteger justamente os discursos que não gostamos, e que o problema está em quem define e julga esses limites. Ele acredita que as pessoas têm o direito de serem "babacas" ou "escrotas" – como comemorar a morte de alguém – e que a punição social, e não o banimento profissional, deveria ser a consequência.
Monark expressou frustração e impotência ao ver como a sociedade foi manipulada para obedecer a uma "grande superestrutura" que decidiu excluí-lo, notando que o cancelamento serviu para deixar toda a comunidade de podcasters e youtubers com medo. Ele vê o sistema judiciário brasileiro como imprevisível, o que gera grande insegurança jurídica para as empresas.
O Poder das Máfias e as Elites Globais
A conversa avançou para o controle global, com Monark endossando a visão de que o mundo é dominado por máfias internacionais e nacionais, acima do controle do estado. Ele e Léo discutiram a agenda de depopulação de grupos como a Black Rock, que, segundo Monark, enxergam a inteligência artificial e a robótica como substitutos do trabalho humano, buscando diminuir a população para criar uma utopia tecnológica.
Monark afirmou que o Brasil corre o risco de se tornar um "narco estado," com facções infiltradas em diversas estruturas, e que o mundo já foi dominado há muito tempo por uma "superestrutura de poder" herdada de famílias e instituições milenares. Ele vê a política institucional como um "grande teatro," onde os políticos acabam atuando juntos e as elites brasileiras têm conexões com elites internacionais.
Planos e a Procura por um Novo Rumo
Rubão e Artur do Val manifestaram apoio ao retorno de Monark, reforçando que ele foi uma das pessoas mais injustiçadas do país e que ele tem um espaço que precisa ser ocupado.
Monark confirmou o desejo de voltar a produzir conteúdo e criar um novo podcast. Ele afirmou que não tem a intenção de criar movimentos políticos ou se tornar um político, classificando a profissão como "hipocrisia". Sua estratégia de influência será através dos podcasts, recebendo pessoas de diversas áreas para debater.
Apesar do otimismo em relação ao trabalho, ele se mantém pessimista sobre mudanças estruturais, pois não acredita que a humanidade vá sair do "império do crime". Ele prefere ser chamado de "teimoso" (cabeça dura), em vez de "herói da liberdade de expressão," e lamenta ter perdido o anonimato.
Ao final, Monark revelou, a pedido do Engenheiro Léo, o custo de um "programa" em um strip club em Las Vegas/Orlando: $2.000 para ir para casa e fazer "tudo". Ele concluiu a entrevista reiterando que está feliz por estar de volta ao Brasil, um país que ele considera maravilhoso, apesar dos problemas.